segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Denuncia explosiva contra o ministério da saúde: ABORTO NÃO


Eu quero pedir a vocês que liguem para o Ministério da Saúde, nessa segunda-feira, terça, quarta enfim, daqui para frente e exijam que o Ministro responda aos requerimentos RIC 2380/12 e 2381/12. Digam que o povo sabe o que está acontecendo e que não deixará de se manifestar de forma maciça contra essa manobra baixa do ministério para impor o aborto ao Brasil.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

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MINISTRO DE ESTADO: ALEXANDRE PADILHA
Telefone: 0 xx (61) 3315-2392, 3315-2393
Fax: 0 xx 61 (61) 3224-8747
E-mail: ministro@saude.gov.br

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CHEFE DE GABINETE: DRA. ELIANE CRUZ
Telefone: 0 xx (61) 3315-2788
Fax: 0 xx (61) 3315-2680
E-mail: eliane.cruz@saude.gov.br

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SECRETÁRIA-EXECUTIVA: DRA. MARCIA AMARAL
Telefones: 0 xx (61) 3315-9260, 0 xx (61) 3315-9262
Fax: 0 xx (61) 3315-2816
E-mail: gabinete.se@gov.br

Para falar com a presidência

CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA

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GLEISI HELENA HOFFMANN, MINISTRA-CHEFE DA CASA CIVIL
Chefe de Gabinete - Carlos Carboni
Secretária do Chefe de Gabinete: Tassiana Carvalho
Telefones: (61) 3411-1573, (61) 3411-1935,
(61) 3411-5866
Fax: (61) 3321-1461
E-mails: casacivil@presidencia.gov.br,
carlos.carboni@presidencia.gov.br,
gabinetecasacivil@presidencia.gov.br,
tassiana.carvalho@presidencia.gov.br

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SECRETÁRIO-EXECUTIVO - BETO
VASCONCELOS
Telefone (61) 3411-1034
Fax (61) 3322-3850
E-mail: beto.vasconcelos@presidencia.gov.br

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É possível também escrever para a Presidente DILMA ROUSSEFF:
gabinetepessoal@presidencia.gov.br
Fax: 0 xx 61 3411 2222


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=kA1BfOJy5Bs

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

No ataque: líder gayzista repreende cristãos

Sandro Guidalli*

É preciso esclarecer: a estratégia gay não é uma estratégia de defesa. É de ataque às instituições que formaram a sociedade brasileira.

Não é uma ditadura silenciar padres e pastores em seus púlpitos, como querem os ativistas como Toni Reis?


O líder gay e dirigente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGT), Toni Reis, publicou na semana que passou um artigo num site chamado Mix Brasil, voltado para a comunidade que ele representa. No artigo, Toni Reis concentra-se no argumento de sempre, o de que os homossexuais são vítimas de uma sociedade baseada no preconceito contra eles e, por isso, os gays devem ser protegidos pelo Estado. Tudo deve mudar: os gays precisam ter direitos iguais aos dos negros nem que para isso seja preciso transformar todas as leis do país, desde a Lei de Execuções Penais até a Constituição Federal, passando pelos códigos Civil e Penal. Na cabeça dos ativistas gays, além disso, está uma obsessão: a criminalização de qualquer ação qualificada de "homofóbica".
 
O texto assinado por Toni Reis, no entanto, traz uma novidade: desta vez ele usa também argumentos bíblicos contra os supostos cristãos homofóbicos. Para ele, o pecador não é o homossexual e sim quem acusa o homossexual de pecar. Puros são eles e não os que exortam os gays a abandonar o comportanto pecaminoso. Antes de confrontar Toni Reis com os erros de sua argumentação, é preciso lembrar uma coisa: assim como o Deus da Bíblia, os cristãos não odeiam os pecadores. Eles sentem repugnância é pelo pecado. E isso faz toda a diferença na hora de um debate com a comunidade GLBT, por exemplo.

Quando pastores evangélicos ou padres católicos repreendem os homossexuais, eles não estão discriminando as pessoas que sentem atração pelo mesmo sexo. Eles estão chamando a atenção delas para o pecado que elas cometem ao afrontar as leis de Deus. Cristo, aliás, tem horror ao sexo praticado fora do casamento, seja o sexo realizado por heteros ou homossexuais. Todos, adúlteros e homossexuais, são chamados de "perversos" por Paulo na carta aos Coríntios (ICor6:9). Não existe, portanto, qualquer motivação para o cristão diante de um gay que não seja a de exortá-lo a afastar-se do pecado, convertendo-se a Cristo e abandonando as trevas.

Dito isso, vamos aos argumentos de Toni Reis. Ele cita Atos (10:34) e Tiago (2:1) para defender a ideia de que os cristãos, ao repreender os gays, estariam discriminando-os. O versículo diz "Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre as pessoas, tratando-as com favoritismo (NVI)". Acontece que, ao opor-se aos homossexuais, os cristãos e seus líderes eclesiásticos não estão distinguindo-os de outras pessoas porque, como visto acima, o que está sob exame não é o homem gay e sim o pecado que ele comete ao se deitar com outro homem. Aliás, adúlteros heterossexuais devem receber a mesma orientação: a de arrependerem-se do pecado e voltarem-se suas vidas na direção de Cristo.
 
O foco do cristão, em oposição aos homossexuais, é apontar o dedo para o pecado praticado e não para o pecador. Jesus veio para mostrar ao homem o pecado dele, homem. Acaso não foi isso o que Ele fez ao dissipar a multidão que queria apedrejar a mulher adúltera? Toni Reis tem razão: ninguém deve mesmo discriminar as pessoas seja por qual motivo for. Mas ele, entretanto, não tem cultura bíblica para saber que os cristãos estão alertando o pecador de que a prática do pecado trará as piores consequências para ele pois o comportamento errado é um ato de indisciplina e de desobediência a Deus. E os que têm intimidade com a Bíblia sabem o que está reservado a estas pessoas quando Cristo vier julgar a todos. Ao se opor ao modo de vida homossexual, os cristãos agem com o amor devido aos pecadores. Não discriminando-os. Se alguém o faz é porque não é cristão de verdade.

A "repreensão" de Toni Reis, quando aponta para uma suposta acepção de pessoas, é absurda. Ele simplesmente não sabe sobre o que está falando. Seria melhor para ele, por isso, não dar uma de "pastor" e querer aplicar lições de moral bíblica sobre os que se opõem aos desejos de transformação da família brasileira numa família onde vale tudo. O que ocorre é que os críticos do modo de vida gay apenas não conseguem aceitar a ideia de que, por causa de um comportamento sexual, um grupo de pessoas possa ter mais direitos que outras ou mais direitos que o direito à liberdade de expressão e de religião. Toni Reis e outros líderes do movimento homossexual sabem que o argumento deles é inaceitável pela grande maioria dos brasileiros e por isso sua estratégia está em apelar para a vitimização do gay, reduzindo-o a um coitadinho que precisa da tutela do Estado contra sociedade heterossexual malvada.

Além disso, é sempre bom lembrar que, como "vítimas", os ativistas homossexuais e sua militância, com toda a argumentação de igualdade de direitos, estão em pleno ataque, não na defesa. Eles não estão sendo atacados. É o contrário. Os cristãos que zelam pela família heterossexual é que estão defendendo-a dos ataques do movimento homossexual.

É preciso também esclarecer: a estratégia gay não é uma estratégia de defesa. É de ataque às instituições que formaram a sociedade brasileira.

Quem quer uma nova ordem jurídica baseada na proteção às diferenças de orientação sexual são eles, não os cristãos. Para que essa estratégia de ataque dê certo, é preciso martelar todos os dias, com o apoio indiscutível da mídia, que o Brasil vive uma onda de atentados contra os homossexuais. E para que as pessoas fiquem convencidas do que não existe, vale tudo. Desde forjar números falsos, fabricar estatísticas e apontar pesquisas favoráveis à estratégia sem que seja possível ter acesso aos dados ou ao menos avaliar o rigor com que elas computaram os dados. O próprio Toni Reis, em seu artigo, cita uma pesquisa que apoiaria a tese da homofobia mas não diz quem a realizou, quantas pessoas foram ouvidas, etc, etc.

O líder gay também afirma em seu artigo que o movimento homossexual não quer impor "uma ditadura gay" no Brasil. Mas como qualificar o objetivo de criminalizar qualquer expressão contra o homossexualismo taxando-a de homofóbica? Não é uma ditadura silenciar padres e pastores em seus púlpitos, como querem os ativistas como Toni Reis?

Antes de encerrá-lo, o autor do artigo recomenda que as Igrejas sejam mais tolerantes e acolham casais do mesmo sexo, realizem seus matrimônios e convivam com eles como irmãos em Cristo. Saiba Toni Reis que, qualquer Igreja que assim o fizer estará ela também em absoluta oposição a Deus. É preciso sim acolher os pecadores mas desde que eles se convertam e abandonem o pecado pois não é possível a comunhão entre as trevas e a luz.

Por fim, como deve fazer todo cristão, é preciso uma recomendação final ao próprio Toni Reis. Toni, abandone o homossexualismo, converta-se a Cristo e deixe Ele operar maravilhas na tua vida. Deixe de viver como escravo da carne e viva sob as bênçãos do Deus da Bíblia. Ele é Amor e trata bem os filhos da obediência.

***

"Muita diversão, tolerância e amor" com dinheiro público

Em menos de uma semana, o Ministério da Cultura liberou quase R$ 250 mil para o movimento homossexual em dois estados do Nordeste: Ceará e Pernambuco.

O primeiro será palco do sexto Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual, que acontece em Fortaleza entre os dias 3 e 9 de novembro. Este ano, foram liberados R$ 229 mil do Pronac (Programa Nacional de Apoio à Cultura) para o evento. Recursos desta fonte só são possíveis de se obter se os organizadores garantirem livre acesso ao público.

Em Pernambuco, o sociólogo Hemerson de Moura Silva, criador da Mostra de Cinema Itinerante sobre a Diversidade Sexual, ganhou R$ 15 mil de reforço em seu caixa da Funarte, órgão de apoio e fomento à arte vinculado ao Ministério da Cultura. As duas liberações, no total de R$ 244 mil, foram publicadas em junho no Diário Oficial da União (DOU). Segundo o site do festival cearense que enaltece o homossexualismo, ele "está consolidado como um dos mais importantes do Brasil" com público médio de mil pessoas.

Graças ao apoio do governo, o festival está sendo ampliado e chegando a outras cidades do país. Em Fortaleza, ele ocupa centros culturais da periferia e vai além do cinema com temática gay: peças de teatro são representadas gratuitamente para a população. "Muita diversão, tolerância e amor", como dizem seus organizadores.

Ocupar espaços culturais e oferecer lazer sem custos para a população mais pobre fazem parte de um duplo objetivo do movimento gay: transmitir a ideia de que é bom e normal ser gay ao mesmo tempo em que acentua a noção de que os homossexuais são vítimas de uma sociedade homofóbica que os discrimina. E isso direcionado para pessoas de menor renda. Filmes, peças de teatro e literatura feita por homossexuais costumam ter um papel que vai muito além do entretenimento: é homossexualismo na veia do povo.


Do site Fé em Jesus.
 
*Sandro Guidalli é jornalista

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A educação brasileira em três etapas

Henrique Otani

Quando o assunto é educação, o Brasil é unânime – ou, ao menos, deveria ser. As mazelas são conhecidas e soam mais como chavões se utilizadas em discursos: o sucateamento; as últimas colocações nos levantamentos mundiais; a desvalorização dos educadores; et cetera. A solução proposta, no entanto, é apenas uma: investir 10% do PIB no setor. Entretanto, se a solução fosse tão simples, bastaria investir 20% e a educação brasileira se tornaria uma das melhores do mundo.

Mas afinal, a atual situação da educação é resultado apenas da falta de investimentos? A resposta é óbvia: não. Basta observar o ensino pago e a sua idêntica má qualidade, e os inúmeros “levantes” populares em busca de mais verbas do estado se tornam questionáveis.

A principal doença que assola a educação brasileira é uma não muito comentada: a doutrinação. Há décadas, encontra-se em incursão um esquema que solapa qualquer chance de que os alunos aprendam a matéria – e nada além – em salas de aula. De uma análise crítica, são identificáveis três etapas nas quais a educação se baseia, formando um ciclo que, se não extinto, degradará cada vez mais o ensino, até que esse se torne mero instrumento doutrinador de acordo com os anseios do estado – ou da elite que dele se apodera.

I. Da destruição dos valores da família

Uma das maiores funções da família no desenvolvimento da criança é a de fornecer valores. Em uma família cristã, espera-se a formação da criança de acordo com a moral cristã. Não há alguém, em sã consciência, capaz de criticar tal ciclo, acusando a família de doutrinação ou imposição, uma vez que, ao amadurecer, o indivíduo goza da liberdade de continuar seguindo ou não a moral recebida durante o seu desenvolvimento.
Todavia, há décadas, observam-se diversas medidas tomadas no intuito de destruir a família – ou, no mínimo, seu conceito tradicional. De tal forma, a educação dada durante o desenvolvimento da criança manifesta-se como uma excelente forma de retirar a autoridade da família em sua formação moral.
Na edição de número 2074, a Revista VEJA divulgou uma pesquisa realizada em escolas. Na ocasião, 78% dos educadores consideravam “formar cidadãos” como sua maior função no ensino, em contraponto aos míseros 8% que responderam “ensinar a matéria”. No entanto, é necessário salientar que, na maioria das vezes, os valores da família do aluno diferem daqueles repassados na escola. Nesse caso, a única – e legítima – solução é o ensino doméstico.

Permitido em diversas nações desenvolvidas – Estados Unidos, Reino Unido e Austrália são alguns exemplos –, o homeschooling é “uma alternativa constitucional à falência da educação no Brasil”, como discorre o Professor Alexandre Fernandes Moreira em um longo e consistente artigo, no qual demonstra a constitucionalidade do ensino doméstico e faz uma constatação óbvia: a escola não é apenas um local em que se trocam informações, mas também onde são transmitidos valores aos alunos.
Portanto, abster a família de seu legítimo direito é apenas mais um mecanismo de um estado autoritário visando controlar até mesmo a mentalidade das futuras gerações. Com um ensino arraigado nos “moldes estatais”, as funções da família se resumem aos cuidados físicos e financeiros da criança. E nada mais.

II. Do ensino unilateral

Uma vez que detém, de modo inquestionável, o dever de ensinar a criança, o estado aproveita-se de sua superioridade e escolhe o que se deve ser ensinado ou condenado ao ostracismo. Em algumas ocasiões, a escolha é feita em nível inferior, na própria escola. Professores escolhem o que é necessário ou não dizer; o que é necessário ou não esconder; os nomes que devem ser idolatrados ou odiados. E nesse caso, o ensino unilateral é, obviamente, o da ideologia dominante.

O site Escola Sem Partido, há anos, denuncia casos de doutrinação nas escolas. Os exemplos são sempre semelhantes: as maldades do cristianismo; como o liberalismo econômico assola o ocidente; como os Estados Unidos matam inocentes; a necessidade urgente de uma reforma agrária; as ações virtuosas e libertadoras do MST; e tutti quanti. A mais emblemática, no entanto, decorre de um artigo de Mírian Macedo, no qual, cumprindo seu papel de mãe exemplar, explicita a doutrinação contida no material escolar de sua filha.

Ainda de acordo com a pesquisa da Revista VEJA, apenas 20% dos educadores consideraram-se ideologicamente neutros. Todavia, entre os entrevistados, alguns nomes admirados apareceram com bastante freqüência: Paulo Freire em 29% das respostas, antecedendo Karl Marx, com 10%. O terrorista – considerado herói entre a “elite intelectual” da atualidade – Che Guevera, aparece com 86% de citações favoráveis.

Conclusão: não é de se espantar que, entre os recém-formados do ensino básico, apenas nomes como Karl Marx, Friedrich Engels e Paulo Freire são conhecidos. No ensino superior, a situação é mais dramática, dado o nível de formação que deveria ser oferecido aos alunos. Para os cursos de filosofia, Mário Ferreira dos Santos não existiu. Não é incomum um graduando em economia – ou até um docente – desconhecer nomes importantes da Escola Austríaca.

III. Da formação de “intelectuais orgânicos”

As gerações de novos educadores, submetidas à doutrinação durante sua formação, tendem ao reestabelecimento do ciclo. A maioria, não conseguindo “nadar contra a maré”, adere aos mesmos métodos de ensino de seus velhos mestres.

De tal constatação, decorre uma consequência danosa ao conhecimento: o esquecimento das idéias que, na viseira ideológica, localizam-se diametralmente opostas ao discurso dominante. Em uma sociedade dita democrática, devem coexistir todas as ideologias, sendo essa a única maneira de se aprimorar a própria democracia, através de debates entre seus representantes e a adesão da população a uma ou outra corrente com que tenha maior afinidade. A liberdade de escolher a mais adequada corrente de idéias – de acordo com os valores do próprio indivíduo – é, no entanto, impossibilitada, uma vez que apenas a hegemônica é disseminada.

A formação exclusiva de novos intelectuais orgânicos – de acordo com a definição de Gramsci –, resulta em uma hegemonia da esquerda sobre a mentalidade coletiva. Para Olavo de Carvalho, é o “Imbecil Coletivo”. Sendo assim, a nova intelectualidade militará em defesa das idéias que, de alguma forma, compuseram as suas próprias, formando um rebanho de novas mentes igualmente incapazes de raciocinar ao mesmo tempo em que desvinculam-se dos interesses de suas classes ou grupos sociais.

Possíveis reações ao ciclo descrito são de difíceis aplicações, uma vez que: (1) se contrapõem diretamente aos interesses do estado; (2) interferem, de modo negativo, na incursão do movimento revolucionário, sobretudo na hegemonia da esquerda na esfera cultural; (3) mesmo que aplicadas, os efeitos só se manifestariam em algumas gerações, estabelecendo uma espécie de nivelamento no repasse de ideologias, não impedindo, de fato, que uma ou outra se sobressaia.

Logo, as soluções são extremamente complexas. A legalização do ensino doméstico seria um grande avanço, mas não o suficiente. Nos Estados Unidos, os adeptos do homeschooling representavam, em 2007, menos de 3% dos alunos. No Brasil, levando-se em consideração fatores econômicos e culturais, a representação seria ainda menor. Portanto, medidas extras teriam de ser adotadas no intuito de blindar o restante dos alunos da doutrinação – é necessário salientar: não só de esquerda, mas de qualquer imposição de valores. Todavia, essas medidas, de uma ótica operacional, tornam-se quase impossíveis com uma simples análise do sistema de ingresso nas faculdades brasileiras: o famigerado vestibular.

A conscientização popular acerca das causas que defendem – como o aumento de investimentos na educação, na crença irracional de improváveis melhoras – é fundamental antes de qualquer outra mudança.

Notas e referências:

Pela ensinança das crianças: também quero meus 10%”: artigo de Flávio Morgenstern com uma excelente reflexão acerca das reinvindicações em favor de 10% do PIB investidos na educação.

A pesquisa da Revista VEJA está disponível em seu acervo digital. A edição é a de número 2074, de 20 de agosto de 2008.

Homeschooling: uma alternativa constitucional à falência da Educação no Brasil”: artigo do Professor Alexandre Fernandes Moreira acerca da constitucionalidade do ensino doméstico.

Prólogo de O Imbecil Coletivo”: disponível no site do filósofo Olavo de Carvalho. O livro está à venda na livraria virtual do Seminário de Filosofia.

O Escola Sem Partido cumpre um importante papel na denúncia de casos de doutrinação ideológica no âmbito da educação brasileira.

Artigo originalmente publicado em Sapientia et Varitas.

Por que as cotas no ensino superior são um erro, uma injustiça...

O renascimento da direita

Entrevista com Cibele Baginski

A gaúcha de 22 anos explica por que organizou o movimento pela refundação da Arena, o partido criado para dar sustentação ao regime militar

CIBELE: "Um general elogiou a iniciativa"
(Foto: Jefferson Bernardes / Preview.com)

Como surgiu a ideia de refundar a Arena?
Faltam ideologia e pragmatismo na política nacional, os partidos são movidos por interesses e conveniências e não existe direita no Brasil.
Queremos oferecer aos brasileiros um partido que represente a genuína direita. Faremos isso assim que reunirmos o número de assinaturas necessárias para obter o registro da Arena, o que deve ocorrer no ano que vem.

Você pretende copiar o ideário do partido original?
Vamos nos inspirar nos fundamentos da Arena, sim.
Existe um marketing para dizer que ser de direita é ruim e retrógrado, mas ser de direita é ter respeito às pessoas, é promover mudanças econômicas e sociais de maneira ordeira, sem caos, pensando no progresso do país em primeiro lugar.

O que vocês defendem?
Somos conservadores e nacionalistas.
Estruturalmente, seremos uma sigla de alianças, como a original, e abarcaremos outras ideias, como o integralismo, por exemplo. [Integralismo foi, no Brasil, o movimento de corte fascista chefiado por Plínio Salgado, nos anos 30.]

Por que você acha que o projeto será bem recebido?
As pessoas mais velhas, que têm saudade da Arena, certamente vão gostar.
Um general me procurou e elogiou a iniciativa. Os jovens que já buscaram conhecer a história do país também vão abraçar a causa. Meus amigos de esquerda é que não curtiram.

Fonte: Revista Veja

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O imaginário mundo de Michel Leclerc

Henrique Otani

Se “toda unanimidade é burra”, não existiria alguém mais estúpida que Baya Benmahmoud aos olhos de Nelson Rodrigues. A esquerdista militante de Les Nom des Gens, do francês Michel Leclerc, classifica todos à sua direita ideológica como “fascistas”. Independentes do viés ideológico e do humor rasteiro contidos no longa-metragem, há duas interpretações concebíveis de sua mensagem: uma, tola e irracional, formada aos olhos de um esquerdista similar à própria Baya; outra, crítica e satírica, de um espectador comum.

Com locus communis em demasia, o humor do filme não se encontra em sua história ou em suas frases soltas – como a de Cécile, mãe de Baya, em uma esquina qualquer dizendo que “a CIA financiava o regime fascista de Pinochet” -, mas em sua caricaturização involuntária da militância da esquerda francesa.

Baya Benmahmoud é uma bela moça e leva a frase “make love, not war” tão a sério que seria uma figura inusitada até no cenário americano de contracultura da década de 1960. Para convencer seus “inimigos fascistas” – que eram os mesmos de sua mãe: franceses, ricos, consumistas e todo o resto do ocidente – a mudar de lado, utiliza o sexo de forma imoral e deslavada. A evocação de Nelson Rodrigues não foi despropositada: Nelson dizia que, se houvesse a dissociação do sexo e do amor, o homem começaria a se desumanizar. De fato, observa-se que Baya não age como um ser humano comum e, completamente fora de si, chega a esquecer de suas vestes ao sair de casa, mas retorna ao seu estado normal de cognição ao ser abordada em um metrô.

Com um histórico de sucesso na conversão de homens “fascistas” ao lado “esclarecido e democrático”, Baya investe em uma nova vítima: Arthur Martin, aparentemente conservador, mas que tem como ídolo o socialista Lionel Jospin. Os dois iniciam um estranho relacionamento recheado de idas e vindas. Apesar das contradições, Arthur mostra-se sensato ao dizer à Baya que existe honestidade em ambos os lados, mas ela discorda e diz que a política é feita de idéias e que as idéias da direita sempre estão relacionadas ao dinheiro, ao nacionalismo e fazem valer as “leis da selva”. Forma-se então mais uma caricatura: a esquerda que quer discutir idéias mas não apresenta nenhuma de suas próprias, apenas questiona algumas tidas como verdadeiras sobre a direita.

Do socialismo – talvez de forma mais acentuada e com absoluta certeza de uma forma mais vigarista -, surgem homens que têm como única meta enriquecer aproveitando-se de seus “iguais”. É a servidão que não é comum apenas a um sistema econômico, mas aos relacionamentos estabelecidos entre os seres humanos em um sistema supostamente igualitário.

As “leis da selva” – em que “sobrevivem os mais fortes” – são nada mais que os valores de meritocracia e de livre concorrência, incompreensíveis a um ser humano incapaz de se inserir no mercado. Faz-se necessário, no entanto, explicitar que alguns homens – sobretudo os que nasceram à margem da sociedade – são realmente incapazes de concorrer em uma economia de mercado; outros, entretanto, têm a oportunidade e não se inserem na competição em razão de seu comodismo ou mera vigarice, restando-lhes a crítica voraz e infundada ao “sistema feroz”.

Sendo assim, o nacionalismo não deve ser visto como danoso tanto na economia quanto no âmbito social. Da mesma forma que grandes multinacionais se associam umas com as outras, formando monopólios internacionais, é compreensível que uma empresa nacional busque em seu governo – se não houver outro financiador disponível – apoio no intuito de não ser esmagada. Algo semelhante ocorre com os marginalizados em uma economia de mercado: cabe ao estado oferecer-lhes condições de concorrer em igualdade com os demais. Ademais, o nacionalismo, no sentido em que é empregado, evita os males de um teórico governo mundial, com a mais completa destruição das fronteiras nacionais e de inúmeras culturas locais.

Logo após tal “discussão”, Baya compra alguns crustáceos em um feira e, acompanhada de Arthur, seguem ao litoral no intuito de “salvar” esses animais. Nessa cena, há a utilização de um recurso fotográfico muito interessante: a música tocada e a iluminação dão um ar sublime à Baya, como se a mesma estivesse realizando um feito digno de ser inocentada de qualquer erro que tenha cometido, sendo assim infantilizada – seu tom de voz muda e então indaga “como ficariam os camarões” nas garras cruéis do capitalismo.

Em um dos momentos finais do filme, Baya surta ao votar equivocadamente em Nicolas Sarkozy, atribuindo a si mesma a culpa de sua eleição em 2007. Nesse misto de erros, chavões e pregação ideológica barata, a personagem de Sara Forestier retrata bem o tipo de esquerdista que entra no embate ideológico atual – não só na França, mas em todo o ocidente -, tornando-o caricato e inútil, ocasionando a mais completa estupidez obrigatória.

Publicado originalmente no blog Sapientia et Veritas

Helenismo, decadência e suas relações com o Brasil

Alessandro Barreta Garcia*

            Com a decomposição da pólis grega, já anunciada pela guerra de Peloponeso abre a possibilidade de Felipe, filho do rei Amintas e pai de Alexandre o grande, desferir uma ofensiva contra os gregos (GIORDANI, 2006 e GARCIA, 2012). Segundo Toynbee (1963) Felipe teria sido educando entre os tebanos e aprendeu muito sobre a cultura grega. Na expectativa de introduzir na Grécia um império universal, Felipe já preparava seu filho no qual tinha aulas com um dos maiores mestres do conhecimento grego, o filósofo Aristóteles.
            Em 338 a/C Felipe obteve importante vitória contra os gregos na Queronéia. Com o intuito de introduzir entre os gregos um império universal Felipe contribui para a alteração da categoria de cidadão que passara não só de Cidadão/Soldado para Soldado/profissional como também para súdito. Para Toynbee (1963), Felipe impõe uma unidade e paz entre os gregos. Ainda assim tais mudanças serão significativas e profundas na civilização helênica.
            Nesse novo quadro social, o helenismo, ou seja, a difusão da cultura grega para outros povos do oriente representam também a queda efetiva do conceito de cidadania, ou mesmo, seu total desaparecimento. Segundo Giordani (2006): “A Grécia clássica em com ela a pólis desapareceria, de certo modo, do cenário da História para dar lugar a uma nova civilização, a uma nova concepção de vida” (p. 176). Deste modo, o cidadão/soldado já não teria mais espaço nesse ambiente social. Dominante na época, as monarquias abrem espaço a outra categoria: o súdito.
            Passado o período da filosofia clássica, Carvalho (2006a) aponta que o desenvolvimento da filosofia sofre grande queda. As escolas filosóficas tais como a de Sócrates, Platão e Aristóteles não apresentam mais um nível de composição das ideias. Apesar disso, no período helenístico é observado um grande avanço estrutural, pois o número de bibliotecas e institutos de ensino é maior Lévêque (1987). Ainda assim, esse aumento foi apenas quantitativo e nada comparado ao florescimento de ideias do período anterior. Como prova do individualismo, o lirismo na época helenística é observado por Carvalho (2006a); Lévêque (1987) e Garcia (2012) como uma espécie de sabedoria pessoal. Na comedia Toynbee (1963) reconhece uma ausência no que se refere ao vinculo com a política como se observava nas comedias da época clássica.
            Sem um ambiente democrático, as tragédias envoltas em histórias clássicas dão lugar a uma história individual, tendo ela a problematização do individuo, seus sentimentos e aflições, dignas da nova ordem histórica, uma ordem isolada dos problemas discutidos em grupos e nas assembleias. Nascia uma espécie de autoajuda.
            O Brasil vive algo semelhante, pois, apesar do status de democracia, o brasileiro se comporta como um verdadeiro súdito. A sua não participação nas decisões políticas e sociais do país parece confirmar sua característica individualista e notadamente passiva. Nos últimos anos parece ficar claro a ofensiva ideológica para neutralizar a percepção do povo brasileiro.
               Para Rodríguez e De Sousa (2006):
Emerge dessas considerações o conceito de “revolução passiva”, onde os principais sujeitos históricos (as classes operárias e os camponeses pobres) são deixados do lado de fora do processo histórico e cooptados pela hegemonia de classes alheias aos seus interesses. Esse processo, como o ocorrido na Itália na época do Rissorgimento, é efetivado, pelas classes dominantes, sem recurso ao terror, na medida em que os de baixo são cooptados passivamente. As classes dominantes utilizam, nesse processo de cooptação dos seus inferiores, os mecanismos que Gramsci denomina de “aparelhos privados de hegemonia”, que consistem na escola, na igreja, nos jornais e nos demais meios de comunicação em geral (RODRÍGUEZ e DE SOUSA, 2006, p. 10).            Para os progressistas que seguem a linha do marxismo gramsciano, o combate ao conservadorismo e as leis constitucionais são intensificadas. Como aponta Rodríguez e De Sousa (2006), é preciso a partir dos intelectuais orgânicos o domínio das massas formando um coletivo que para Carvalho poder ser considerado como o Imbecil Coletivo (CARVALHO, 2006b). A propaganda neste caso é essencial para que os intelectuais orgânicos coloquem em prática o que foi preconizado por Gramsci e pela escola de Frankfurt.
            Um dos últimos exemplos dessa busca pela individualização é a legalização do aborto de crianças anencéfalas. Outro exemplo é a enorme venda de livros de autoajuda, uma característica emblemática do período helenístico. A enorme quantidade de grupos sociais, tidos como minorias, pelas quais buscam direitos individuais contrários à constituição brasileira. No Brasil, somos protagonistas de um dos piores níveis educacionais do mundo e um dos maiores níveis de assassinato por ano. Um modelo educacional no qual quer incitar ao anticristo. Esses são alguns exemplos da decomposição brasileira, um verdadeiro período de decadência, individualização e miséria intelectual.
            Não obstante, a música brasileira em geral é de péssima qualidade, pois, como não poderia ser diferente, visto que o brasileiro com uma das piores educações do mundo não poderia formar uma classe popular, e até mesmo elitizada, na qual pudesse conseguir distinguir uma música ruim de uma canção harmônica, um livro de autoajuda de um clássico, um filme fundo de quintal de um épico. Que Deus proteja nosso país.
           
REFERÊNCIAS

CARVALHO, O. Período Helenístico I. Coleção história essencial da filosofia. São Paulo: É Realizações, 2006a.

CARVALHO, O. O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras. São Paulo: É Realizações, 2006b.

GARCIA, A. B. Educação Grega e Jogos Olímpicos: Período Clássico, Helenístico e Romano. Jundiaí, Paco Editorial: 2012.

GIORDANI, M. C. História da Grécia antiguidade clássica I. 8.ed. São Paulo:Vozes , 2006.

LÉVÊQUE, P. O Mundo Helenístico. Editora: Edições 70, Lisboa – Portugal, 1987.

RODRÍGUEZ, R. V, E , DE SOUSA, P. S.  O marxismo gramsciano: pano de fundo ideológico da reforma educacional petista. Revista Interdisciplinar de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos. Ano I, Nº 1, Juiz de Fora, set.-nov./2006.

TOYNBEE, A. J. Helenismo - história de uma civilização. Rio de Janeiro: Zahar, 1963.

* É mestre em Educaçãohttp://www.alessandrogarcia.org/

Publicado originalmente em:

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Filósofo Olavo de Carvalho ganha a Medalha Tiradentes



Gravação do programa True Outspeak, de Olavo de Carvalho, transmitido em 11 de julho de 2012.

Neste programa, o deputado estadual Flávio Bolsonaro entregou a Olavo de Carvalho a Medalha Tiradentes, homenagem da Assembléia Legislativa do estado do Rio de Janeiro.

O Louvre do comunismo


Continuo convencido de que Cuba é um inesgotável museu da ideologia.
Quando lá andei em outubro do ano passado, percebi que a realidade social declinara ainda mais. Tudo precário e tudo escasso.


Existem jornais detestáveis. Nenhum, porém, se compara com qualquer dos diários cubanos - o Gramna e o Juventud Rebelde. Ambos são órgãos oficiais. O primeiro é do partido e o segundo da juventude do partido. Jamais alguém leu no respectivo noticiário local uma linha sequer que não corresponda à opinião do governo sobre si mesmo. E todas as matérias internacionais são retorcidas para caber na interpretação política e ideológica do regime.  Por isso, merecem aplausos os raros jornalistas independentes e comunicadores comunitários que, a duras penas e com grave risco pessoal, enviam ao exterior informações sobre a difícil situação imposta pela reumática gerontocracia que domina o país. O trabalho que realizam cumpre dupla missão cívica. Na primeira, revela o que, de outro modo, não se ficaria sabendo sobre o que acontece por lá. Na segunda, desnuda a criminosa cumplicidade da "rede internacional de solidariedade a Cuba" com a tirania que há mais de meio século vem sendo exercida sobre o bom e sofrido povo cubano.

Os quase três milhões de turistas que vão a Cuba todos os anos pouco veem da realidade local. Passeiam por Habana Vieja, almoçam no Floridita, jantam na Bodeguita del Medio, tomam seus daiquiris e mojitos na varanda do Hotel Nacional e mandam-se para as areias indescritivelmente brancas de Varadero e Cayo Largo. Esse turismo é nada revelador, mas muito sedutor. Aliás, certamente o errado sou eu que em várias idas a ilha nos últimos 12 anos limitei-me a estudar sua realidade social e política. Com tal interesse, já parei em casa de família, nunca fiquei em hotéis de luxo, jamais fui àquelas praias e sequer entrei nos dois badalados e mundialmente conhecidos restaurantes que mencionei acima. Continuo convencido de que Cuba é um inesgotável museu da ideologia. Havana é o Louvre do comunismo.

Quando lá andei em outubro do ano passado, percebi que a realidade social declinara ainda mais. Tudo precário e tudo escasso. O povo mais desesperançado. Contaram-me que tomavam banho e lavavam as coisas apenas com água por falta de sabão, sabonete e detergentes. Estavam com graves dificuldades para a higiene pessoal. Quando voltei ao Brasil, pesquisei na rede e fiquei sabendo que, no início de 2011, os sabonetes haviam saído da "libreta" (aquela caderneta de racionamento que já vai para mais de meio século) e ido para a "libre" ou seja, deviam ser adquiridos aos preços de mercado. Meio dólar a peça, num país onde o salário mensal é de 14 dólares. Num artigo que me chegou dias mais tarde, o autor chamava de liliputiano esse sabonete, tão diminutas eram suas dimensões.

São informações que infelizmente não repercutem tanto quanto deveriam na imprensa mundial. Uma jornalista me conta sobre certa paciente com problema dentário que não conseguia ser atendida no seu centro clínico porque o local estava em falta de detergente para lavar os instrumentos. Há poucos dias, leio que em Sancti Spíritus (cidade com cerca de 300 mil habitantes, na região central da ilha) um grupo de mulheres disputou sabonetes a tapas e bofetadas num armazém local. A baiana só parou com a chegada de várias viaturas policiais. Alguns circunstantes que não participaram do fuzuê comentaram que a permanente escassez e as longas filas que precisam ser enfrentadas para tudo estão levando as donas de casa a esse tipo de descontrole.

Briga de rua pelo direito de comprar sabão? Sabão? Mas o sabão é um dos produtos industriais mais antigos e simples da civilização! É usado desde 2500 anos a.C.. A indústria de sebos e sabões está para a indústria de bens de consumo assim como a roda e a manivela estão para a indústria de bens de capital. Uma economia onde se disputa no braço o direito de comprar sabão está a quilômetros da antessala do atraso. E não me venham dizer que é por culpa dos ianques que em Cuba não conseguem misturar sebo com soda cáustica.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Gambás e alcatras

Carlos Ramalhete

Gambá é um bicho que é muito atropelado. Não é difícil entender o porquê, quando se os vê atravessando a estrada, rebolando e jogando aquele rabão feio e pelado de um lado para o outro. Carcaça de gambá atropelado é uma dessas coisas que só urubu pode achar apetitoso, mas que são frequentes o suficiente para que quem viaja muito sempre as veja.
Em ambientes controlados, refrigerados e limpos, vemos outro tipo de carcaça animal: belas peças de alcatra e picanha, penduradas nas vitrines dos açougues. Tão bonitas que acho que o urubu iria demorar para entender que é para comer.
problema começa quando o tratamento dado às alcatras começa a ser estendido a seres humanos, como fazem os muitos homens que tratam as mulheres como coisa, como peças de carne expostas em açougues. É um problema sério, que só pode ser combatido fazendo com que eles percebam que elas são muito mais que peças de carne. Reafirmando a sempre existente dignidade feminina que eles negam.
Infelizmente, há quem ache que a solução é passar de alcatra a carcaça de gambá atropelado. Como triste exemplo, sábado teremos uma passeata de carcaças de gambá em Curitiba, quando a edição local da “Marcha das Vadias” vai tentar desfazer o que resta de respeito à dignidade feminina, com direito a senhoras seminuas, com frases de efeito rabiscadas pelo corpo, berrando como almas penadas e assustando as crianças, os cachorros e mesmo algum gambá ou urubu perdido na cidade.
O equivalente masculino talvez fosse uma passeata de barrigudos de cuecas, com o controle remoto numa mão e a latinha de cerveja na outra, arrotando e coçando as partes, como forma de protesto contra a falta de reconhecimento da dignidade masculina. E, mesmo assim, seria um mal menor que a “Marcha das Vadias”, porque a dignidade feminina é infinitamente maior que a masculina. Sua negação – em grau menor pelos donjuans de porta de botequim e em dose máxima pelas vadias urrantes – é um atentado maior que a da masculina, por ser mais digno o alvo do atentado.
Costumo dizer que o feminismo tirou a mulher do pedestal e a arrastou para o açougue; as “vadias”, querendo ser carcaças de gambás atropelados, são apenas a versão já farsesca do mesmo erro fundamental de querer fazer a mulher descer ao nível do homem, achando que isto seria uma forma de melhorar sua situação social. A imbecilidade machista deve ser combatida pela afirmação da dignidade e da capacidade feminina, não pela imitação do pior do sexo masculino.
Nem alcatra, nem gambá: mulher.




sexta-feira, 6 de julho de 2012

Qual o problema da educação brasileira? É a falta de salário ou a falta de vontade?

Antonio José de Pinho*

No momento em que escrevo este texto, em Florianópolis, a UFSC, o Hospital Universitário a Eletrosul e os motoristas das empresas de transportadoras de valores estão em greve. Resultado: já não há mais dinheiro nos bancos, os alunos da UFSC estão prejudicados, como também os pacientes do Hospital Universitário. Os estudos ficam comprometidos, pois serviços básicos no campus estão parados. Quem quiser ir a um laboratório de informática ou a biblioteca estudar está impossibilitado. O comércio já começa a sentir os efeitos, pois com falta de dinheiro em circulação na cidade, o povo deixa de comprar. É uma simples relação de causa e efeito. As greves injustas afetam mais a população, e seus estragos são em grande parte maiores que hipotéticos benefícios a classe paralisada.      
Toda greve é motivada pela defesa de uma classe, e não pela defesa do bem-estar da população. Quando a greve é ganha pelos grevistas o que ocorre? Aumento de salários. Acontece que no Brasil o direito a greve praticamente só existe para funcionário público. Com a tradição grevista do funcionalismo público tupiniquim, a consequência é que os salários pagos pelos cofres públicos aos funcionários públicos superam em grandes proporções os pagos pela iniciativa privada. É justamente por esses altos salários que os concursos públicos têm atraído cada vez mais candidatos, que querem só é se encostar no Estado para ganhar mais, trabalhando menos, e sem risco de perder o emprego. Ou seja, temos aí a fórmula ideal da incompetência, da corrupção e da falta de produtividade.     
O problema não é em si o salário do funcionário público, mas o efeito negativo que causa na economia nacional. O governo do PT realizou inúmeros concursos e reajustou os salários do funcionalismo público de forma irresponsável, sem pensar no efeito negativo que isso vai ter a longo prazo, o que gerou um espantoso crescimento do Estado em detrimento da iniciativa privada. Quem está sofrendo com isso é justamente a iniciativa privada, que está tendo que arcar com umas das maiores cargas tributárias do mundo, que está batendo os 40% do PIB. Todos nós trabalhamos nada menos que 150 dias por ano só para o Estado, para pagar impostos, ou seja, para pagar os altos salários de funcionários públicos que ganham muito acima do que ganhariam trabalhando na iniciativa privada, e ainda trabalhando menos.  
Esse é um sistema que barra o crescimento da nação, e até gera pobreza. Quando mais o Estado cresce de forma irresponsável, torna-se mais pesada a carga de impostos sobre as empresas. Pagando mais impostos, as empresas dão a um Estado corrupto e ineficiente recursos financeiros que poderiam ser aplicados pela própria empresa em seu crescimento, adquirindo novas máquinas, pagando a formação de seus funcionários, aumentando sua estrutura física, aumentando produtividade... No fim das contas, quando as empresas pagam poucos impostos, e são pouco reguladas pelo Estado, o que ocorre é a geração de mais riquezas, pois são criados mais empregos qualificados. Isso é bom para o próprio Estado, porque se a iniciativa privada produz mais, consequentemente, vai pagar mais impostos. Com uma arrecadação maior, e baixa carga tributária, mais recursos podem ser aplicados na educação e no desenvolvimento tecnológico.
Com isso entramos no problema da educação. Seu mal é o mesmo mal de uma máquina estatal corrupta e pouco produtiva. Falta a educação um espírito mais alinhado aos valores do capitalismo saudável, ou seja, uma educação que pense na geração de resultados práticos, na livre concorrência que valorize a competência individual de escolas, professores e alunos, na busca constante pela qualidade do serviço prestado, etc. O problema é que os sindicatos de professores defendem causas que são “boas” aos professores e ruins aos alunos e a sociedade. Os sindicatos querem redução de carga horária e aumento de salários – uma lógica que é totalmente inversa a do capitalismo, no qual quem quer ganhar mais, tem que trabalhar mais. Não digo que os professores devam ser submetidos a cargas horárias excessivas, mas o bom senso tem que ser mantido. Quando o professor trabalha menos, o aluno também vai aprender menos. No Brasil os alunos ficam em média 4 horas na escola nos 5 dias úteis. Nos países desenvolvidos é comum o aluno ficar bem mais que isso na escola. Se o aluno fica mais tempo em sala de aula, aumenta a probabilidade dele aprender mais.
Outro problema é a falta de produtividade. Os alunos saem do ensino médio sem saber história do Brasil e história geral, matemática, inglês e espanhol, e com baixa proficiência em leitura e escrita em português. Como podemos querer que o Brasil se desenvolva social e economicamente sem que grande parte da população tenha esses conhecimentos míninos, essenciais para um mundo globalizado e altamente tecnológico? Quem não domina seu idioma, uma língua estrangeira e matemática não poderá ser um engenheiro. Quem não conhece a história de seu país não vai poder compreender a realidade atual com profundidade, o que lhe impossibilita ser um cidadão consciente na hora do voto.
A falta de qualidade na educação tem enormes efeitos maléficos em todos os setores da sociedade. Por outro lado, uma educação de excelência vai fazer toda a diferença: a economia se desenvolve, a nação prospera, os eleitores são mais conscientes de seu papel na história e na sociedade, a cultura progride e a democracia se fortalece.
O que contribui para a falta de produtividade na educação é que os professores gastam enorme tempo em sala de aula em discursos políticos, geralmente defendendo o comunismo/socialismo e as causas de seu sindicato, em vez de ensinar de forma criativa os conteúdos de sua disciplina. Enquanto estive no ensino médio, os professores chegaram a chamar um cubano para enaltecer a ditadura genocida de Fidel Castro. Esses mesmos professores faziam religiosamente uma greve por ano. Na maior delas fiquei mais de 40 dias úteis sem aula.
Todo esse tempo perdido, ao longo dos anos, acaba tempo um significativo peso na formação (ou falta dela) que os jovens levam para sua vida adulta. A falta de qualidade dos professores impede o acesso a muitos a educação superior. Para tentar “sanar” os danos de professores ineficientes, o Estado cria cotas raciais que só geram mais problemas. Porque as cotas raciais acabam criando um conflito racial – até uma segregação cultural – num país com histórica boa convivência entre diferentes etnias.                           
Os professores gastam tempo em discursos ideológicos muitas vezes porque não dominam nem os conteúdos de sua especialidade. Numa pesquisa recente se constatou que 90% dos professores do ensino fundamental acertaram menos de 60% das questões de uma prova avaliativa a que 12000 profissionais da educação foram submetidos. Ou seja, se os professores fossem alunos, 90% teriam reprovado de ano. (1) Como comentei em meu artigo anterior, sobre a greve na UFSC, o problema se inicia nas próprias universidades federais, que desde a ditadura têm se tornado verdadeiros feudos de comunistas, a propagar os estragos da revolução marxista por toda a “cultura” nacional. Formados no marxismo, e não na ciência, os professores vão para a sala de aula dar aula de marxismo cultural, e não de ciência. Esse é o centro da questão.
A solução da educação brasileira está no fim da estabilidade no emprego dos professores da escola pública. Também deve ser criado um sistema de avaliação como o da OAB para a concessão de diplomas de licenciatura. Devem ser criados rigorosos meios de avaliação periódica dos professores para averiguar o nível de seus conhecimentos. O desemenho dos alunos também deve ser avaliado. Isso instauraria na educação a meritocracia. Os professores que tivessem mais conhecimentos e melhor desempenho intelectual ganhariam mais, e teriam benefícios para continuar seus estudos em nível de pós-graduação. Os que reprovassem deveriam ser encaminhados a cursos de aperfeiçoamento. Se seu desempenho não melhorasse com o tempo, deveria ser severamente punido. Pois quando o professor não é punido, os punidos são os alunos, que não entram para uma boa universidade, ficando assim impedidos de ascender socialmente.          
Uma profunda reestruturação da educação brasileira é necessária se queremos entrar para o grupo das nações desenvolvidas social, cultural e economicamente. Só um sistema educacional baseado na meritocracia nos tirará do estado de barbárie e esquizofrenia coletiva em que mergulha o Brasil atual.
Referência:
(1) BORGES, Helena. Quando a conta fecha. Veja, edição 2275, 27 de junho de 2012, p. 126-127.
* É Mestre em Linguística e Bacharel em Letras pela UFSC. Escritor, publica seus textos no blog Cibercrônicas.    

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domingo, 1 de julho de 2012

O discurso socialista

César Oliveira*

O discurso socialista, afogado que é em abstrações e palavras de ordem, constitui-se, sem qualquer sobra de dúvidas, no que há de mais asqueroso, deprimente e alienante na atual circunstância decadente em que se encontra a sociedade moderna; decadência que, diga-se de passagem, é fruto sobretudo da degradação cultural e moral que o pensamento marxista vem lhe impondo obstinadamente nos últimos dois séculos. Uma visão de mundo que reduz todas as perspectivas possíveis e toda a gama complexa de relações sociais a apenas um entendimento estreito e mesquinho de que, no ambiente humano, tudo não passa de consequências da forma como o homem produz seus meios de subsistência e organiza-se nas relações de trabalho, além de enxergar o todo social como uma contínua e infindável luta de classes, não poderia, ao rastejar pelo mundo, deixar de imprimir as marcas de sua infâmia, irrealidade e loucura. Tal concepção de mundo não passa de preguiça mental e de arranjos montados as presas para servir de base para àqueles que intentam aparecer de intelectuais e para outros que desejam tão fanaticamente o comando para, com base em delírios e obsessões, colocar em prática as mais absurdas engenharias sociais e, por amor próprio, perpetuarem-se no poder.

Querendo apresentar-se como salvador, não passa de um monstro que consome, à medida que aumenta, o pouco que já se conseguiu, ao longo de milênios, construir de liberdade, esperança e felicidade na terra. Ao se alimentar do que há de pior no sentimento humano - a inveja, o ressentimento, o ódio, as intenções de vingança, a hipocrisia, a vaidade, o desejo descontrolado pelo poder - consegue agrupar à sua volta uma multidão fanática, obediente e obstinada a destruir apenas para satisfazer seus mais vis sentimentos e constituir o monopólio do poder para, com ele, descarregar sobre os outros o que de pior escodem dentro de si. É justamente por isso que os regimes socialistas foram os mais assassinos da história, diante dos quais todos os outros são erigidos à mera brincadeira de criança.

Não olhar para os exemplos de sua ação concreta para sempre renovadamente deixar-se enganar pelos discursos inchados, genéricos e superficiais do socialismo, mostra apenas que muitos dos que assim procedem não querem mesmo a verdade, porém apenas utilizar-se dele como máscara para camuflar os desejos mais ignóbeis e as ambições mais satânicas possíveis, uma vez que as mesmas, reconhecidas prontamente sem o disfarce ou simulação que as encobre, logo seriam desprezadas e levariam seus autores a serem vítimas do escárnio e do repúdio públicos.

Não se restringindo apenas aos Gulags, aos processos de Moscou, às coletivizações forçadas, à revolução cultural chinesa, aos tribunais revolucionários, e tantas outras atrocidades, o efeito da ação destrutiva do socialismo se estende a toda vivência humana, já que sua influência nociva é reconhecida até mesmo na área das letras, pois a humanidade esta sendo afetada pela pobreza do vocabulário e pela consequente estreiteza do pensamento que, preso em preconceitos violentos - impedido de atuar livremente - ver-se amarrado nas estruturas nefastas do politicamente correto.

Dissociado de todo sentido espiritual, o socialismo busca realizar aqui mesmo na terra o tão sonhado céu de glória; não obstante, muito diferente do discurso religioso (sobretudo o cristão) - cuja fé se fundamenta em um Deus poderoso, bom e infalível - o socialista se baseia na fé cega no homem, entregando a este a missão de renovar a sociedade, transformando-a no paraíso terrestre. Fruto de uma ilusão tão infantilizada e elevada ao extremo, o que tem produzido, como não poderia deixar de ser, é não menos que fome, opressão, derramamento de sangue e pobreza extrema.

Disfarçado de discurso científico, na prática é uma religião materialista que, reduzindo toda a vivência do homem ao âmbito do interesse político, termina por afogar o que há de mais nobre, livre, espontâneo e belo na natureza e no viver humano para criar, artificialmente, uma sociedade apodrecida por conceitos e práticas, respectivamente, desvinculados da realidade e inumanas que, como já amplamente é conhecido, favorecem apenas àqueles que estão dispostos e se erigirem como deuses à custa do sofrimento alheio. De homens assim a história está cheia: de Stalin a Mao Tsé Tung, o socialismo só tem servido mesmo para satisfazer as ambições e vaidades de tiranos e reproduzir, em proporções incomparáveis e jamais vistas, a degradação e o sofrimento humano.

Mesmo pautado em um discurso estreito e pueril de lutas de classes, o alcance da flexibilidade do esquema pensante socialista é notável e sem precedentes, pois o mesmo hora fala que a classe oprimida e revolucionária é a operária, hora os camponeses, outra vez os dois e, logo depois, unindo-se a estes, as prostitutas, os homossexuais, os criminosos e todos aqueles que, de uma forma ou de outra, são tidos como marginalizados sociais. De Marx a Herbert Marcuse, o socialismo, longe de construir soluções para os problemas no mundo, tem sido sempre um discurso oco e sem sentido, mas que, como já dito, tem trago para suas fileiras o que há de pior no ser humano.

O discurso socialista, ao reduzir os inúmeros problemas humanos às necessidades puramente materiais, estreita-se propositalmente em uma solução teoricamente fácil e viável para assim salvar-se como alternativa, quando na verdade deixa por explicar e levar em consideração os mais inumeráveis conflitos ligados expressamente  a natureza imaterial do homem (seus sentimentos, suas emoções, sua parte espiritual), do qual a história está cheia - como no caso da disputa de poder entre os imperadores e papas na Idade Média, da Reforma Protestante, de Alexandre e suas conquistas, das Guerras Púnicas e os dois grandes conflitos mundiais - e a vida continuamente dá testemunho. 

Seus adeptos acham mesmo, perdidos em um emaranhado de jargões e sem nenhuma manifestação de rigor lógico, que possuem a solução para todos os problemas da humanidade e que, se os deixarem agir, dando-os poder para tal, nos presentearão com uma sociedade justa, livre e igualitária. A pretensão é tão absurda que serve por si mesma como prova da insanidade mental de quem a profere.

Preso na complexidade infinita da particularidade de sua própria existência, o homem não é capaz de apreender o todo em que está inserido, apenas compreendendo, como num reflexo de luz, algumas poucas coisas enquanto outras tantas não, o que o torna incapaz, perpetuamente, de apresentar-se como arquiteto e executor de um mundo perfeito. Exprimidos que é na complexa e intricada rede de relacionamentos sociais, cabe a ele apenas, na medida do possível, melhorar uma coisa aqui e outra acolá, na certeza que problemas sempre existirão, pois são consequências de sua temporalidade física, estreiteza ética e limitada natureza intelectual.

O discurso socialista, por definição, é patológico; é a prova que o homem, tão capaz que é de alcançar grande avanços nas mais variadas áreas de sua atuação e contornar grandes problemas de sua existência, ainda comprimi-se, continuamente, em mediocridades inaceitáveis, em decadências do espírito e debate-se em deformidades intelectuais. É a obstinada continuação do homem que se ver auto-suficiente, que pretende, sem sucesso, realizar-se sem Deus.


* É graduando em Direito.


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