sábado, 12 de maio de 2012

Membros da Comissão da Verdade são nomeados

Juventude Conservadora da UnB

A presidente Dilma Rousseff nomeou há poucos dias os sete membros da Comissão da Verdade. Os membros da comissão são: José Carlos Dias, Gilson Dipp, Rosa Maria Cardoso da Cunha, Cláudio Fonteles, Paulo Sérgio Pinheiro, Maria Rita Kehl e José Paulo Cavalcanti Filho. É possível ler aqui um perfil rápido de todos os integrantes da comissão.

Algo que merece ser destacado é que não houve a indicação de absolutamente nenhum membro das Forças Armadas para compor a Comissão da Verdade – o que já era esperado, uma vez que o objetivo dessa iniciativa é apurar os supostos crimes de lesa-humanidade cometidos pelo Estado, e não por guerrilheiros e terroristas. A presença de juristas parece conferir uma legitimidade técnica à comissão, mas essa pretensa tecnicidade também fica um tanto abalada quando notamos que há dois ex-advogados de presos do regime militar – inclusive Rosa Maria, que foi advogada de Dilma e de seu ex-marido, Carlos Franklin, quando ambos atuavam na organização comunoterrorista VAR-Palmares. Rosa Maria também é advogada de pessoas ligadas ao esquema do mensalão.

Quando a lei que criou a Comissão da Verdade foi sancionada, a presidente Dilma disse (grifos meus):
Não podemos deixar que no Brasil a verdade se corrompa com o silêncio [...]. A verdade interessa muito, às novas gerações, que tiveram a oportunidade de nascer e viver sob regime democrático. Interessa, sobretudo, aos jovens que hoje têm o direito à liberdade e devem saber que essa liberdade é preciosa e que muitos por ela lutaram e pereceram.
De fato, muitos lutaram por essa liberdade tão preciosa e pereceram por isso. Podemos citar como exemplo o tenente Alberto Mendes Júnior, que foi brutalmente assassinado por Carlos Lamarca e seus sicários; ou o sargento Nelson de Barros, da Polícia Militar do Rio de Janeiro, assassinado durante a Sexta-Feira Sangrenta de 1968; ou os soldados Guido Boné e Natalino Amaro Teixeira, da Polícia Militar de São Paulo, executados por terroristas da ALN no dia 22 de junho de 1969. No entanto, nós bem sabemos que não é a essas vítimas que a presidente Dilma se referiu. Para ela, os verdadeiros guerreiros da liberdade foram seus irmãos d’armas, aqueles que promoveram seqüestros, assaltos, atentados a bomba e assassinatos para instaurar, aqui no Brasil, uma sucursal de Cuba ou da União Soviética.

Aliás, parece que essa visão deturpada das coisas não está assim tão afastada dos integrantes da Comissão da Verdade. Em entrevista ao jornal O Globo, o diplomata Paulo Sérgio Pinheiro declarou:
Movimentos como o Levante (jovens que protestam na porta de agentes da ditadura) ajudam ou atrapalham?

PINHEIRO:
Acho excelente que a juventude esteja preocupada com isso. Toda mobilização pela revelação da memória é extremamente positiva, como é positiva a criação das comissões da verdade nas diversas assembleias legislativas.
O Movimento Levante, para quem não sabe, foi um dos movimentos que organizou aquela demonstração pública ultrajantemente nazifascista, no melhor molde Sturmabteilung, contra os militares que compareceram ao Clube Militar, no Rio de Janeiro, no dia 29 de abril deste ano. Se é a isso que o Sr. Pinheiro chama de “mobilização pela revelação da memória”, então podemos esperar coisas muito piores vindo da Comissão da Verdade.

O circo está montado. O picadeiro está sendo construído com esmero pelos mestres de cerimônia. Só que nesse circo são os leões que comandam o espetáculo, e os palhaços somos todos nós. Ao fim dos trabalhos da Comissão da Verdade, decerto teremos avalizadas as acusações mentirosas de muitos daqueles que, tendo lutado contra qualquer liberdade possível e a favor da mais mortal ideologia da história humana, não conseguiram cumprir seus objetivos.

Entretanto, se pensam que vamos engolir a verdade oficial, com timbre desse governo de anseios totalitários, estão redondamente enganados.
 
Texto originalmente publicado em Juventude Conservadora da UnB

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